sexta-feira, 3 de julho de 2015
O começo de tudo: Fender Squier Strat Affinity Series. Presente de pai satisfeito com a aprovação do filho no vestibular
Toda grande viagem começa com um primeiro passo. Se isso de fato é verdade, ao ver a foto acima os amigos podem pensar: - o que é isso??? É o filhinho da mamãe??
- Não! Apenas um rapaz de 17 anos ainda em estado de choque por ter ganhado sua primeira guitarra.
Peço desculpas então, de antemão, pela breve história que virá - totalmente necessária para que vocês compreendam o surgimento dessa história (ainda em curso) de amor pela guitarra (até então foram mais de 50).
Prometo que as próximas postagens serão bastante diretas e objetivas!
Era dezembro de 1999. Havia concluído naquele mês o terceiro ano do ensino médio e acabara de passar em dois vestibulares de Direito. Faltava um, justamente o mais temido: o da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
À época eu já tinha um contato com a música. Lembro de sentar com meus irmãos junto ao meu pai quando éramos crianças (início dos anos 90) e acompanhá-lo com nossas vozes enquanto ele tocava violão. Interpretávamos vários sucessos da música popular brasileira, dentre eles, 'Chico Mineiro' (Tonico e Tinoco), 'Chalana' (Almir Sater), 'É o amor' (Zezé Di Camargo e Luciano), 'Fio de Cabelo' (Chitãozinho & Xororó), 'Borbulhas de amor' (Fagner), 'João e Maria' (Chico Buarque), Cio da Terra (Milton Nascimento), 'O Divã' (Roberto Carlos), incluindo também nomes internacionais, a exemplo de Beatles e Bee Gees. Eu e meus irmãos adorávamos aqueles momentos, principalmente pela companhia do nosso pai e também por ser a oportunidade de alterar as letras das músicas...(sem comentários).
Minha experiência com a música se resumia àqueles momentos - pelo menos até os 15 anos. A partir de um amigo chamado Marcus o interesse pelo violão surgiu. Garoto tímido e misterioso, criado com a avó, era modelo infantil e jogava bolita no tapete; o detalhe é que ele era um dos poucos que tocavam violão na escola. Sucessos do momento estavam em seus dedos e lábios sensíveis - Shakira, Sandy & Júnior, Bon Jovi, Savage Garden - e todo mundo acompanhava suas levadas, principalmente as garotas. Treinávamos basquete juntos e não demorou para que eu pedisse que me ensinasse a tocar violão. A primeira música ensinada foi 'My heart will go on' (Celine Dion). Em uma semana, treinando todos os dias cerca 1 hora, eu já estava tocando ela razoavelmente. Dai em diante as revistinhas de violão me ajudaram e eu passei pela minha fase Nirvana e Legião Urbana (registre-se: respeito ambos até hoje).
O amigo Marcus me emprestou sua guitarra por um bom tempo - uma Tonante 'Finder' - mas ele a pegou de volta, enquanto e eu ficava sonhando com as Gibson que eu via na Guitar Player, principalmente uma SG Standard na cor heritage cherry que tinha na contracapa. Eu levava a revista para a escola e dizia para ele que um dia eu compraria aquela guitarra ("sentada" neste momento aqui do meu lado, no sofá). Eu era fã de Nirvana e do Kurt Cobain.
Assim, quando vi o meu nome dentre a lista de aprovados no vestibular para o curso de Direito na UFMS, só tive uma certeza: marcar o dia para que eu e meu pai fôssemos na loja escolher a guitarra que ele havia me prometido!
Chegando à loja me deparei com três opções: uma Giannini modelo SG, vermelha; uma Fender Squier Strat com floyd rose, cor 2-color sunburst; e uma Fender Squier Strat Affinity Series, 3-color sunburst. Pelo preço, exclui a Squier com floyd rose (custava R$925,00, que à época era bastante dinheiro pra gente). Fiquei entre a Giannini e a outra Squier... dúvida cruel. Kurt venceu! Levei a Squier, que custava R$625,00. Meu pai comprou pra mim, junto com a guitarra, um amplificador Staner Kute 20, que tinha alto falante 'Eros'. Era tudo o que eu precisava, um sonho realizado.
A Squier era fabricada na Indonesia, possuindo a configuração clássica de captadores de uma stratocaster (03 single-coils, 1 volume e 2 tones). Tinha um braço em maple shape C, bem fino, escala em rosewood e corpo em agathis.
Era uma boa guitarra - uma das melhores para um músico iniciante, com possibilidade de upgrade para atender a evolução do músico. Como eu 'só' estudava, não tinha dinheiro para nada. Mas mesmo assim eu fazia uns upgrades nela sempre que podia. A foto a seguir mostra uns botões de Les Paul (?) que eu coloquei nela certa vez. Para mim já estava valendo.
Posteriormente, fui evoluindo nos upgrades: troquei, eu mesmo, o escudo (padrão tortoise) e instalei um humbucker genérico na ponte:
Na época eu tocava com um grupo musical da igreja. O legal é que o pessoal vinha me perguntar se o humbucker era da Gibson!
Essa guitarra tinha um som muito legal. Posteriormente eu a vendi para um amigo e dois anos depois comprei-a novamente, substitui o captador da ponte por um Seymour Duncan Pearly Gates, com push-pull, e no braço instalei um captador Lace Sensor Gold. Lembro que ela soava muito bem em um amplificador Meteoro Vulcano 30 e um Meteoro Simulator Chorus 50. Usava pedais da Boss: um OD-2 (overdrive/super overdrive), RV-3 (delay/reverb) e um CE-2 (isso mesmo, um chorus CE-2 japonês). Um malandro que se dizia professor de guitarra posteriormente se aproveitou de minha ingenuidade e comprou os três pedais por R$300,00. Nunca mais o vi.
Troquei essa Squier e uma Epiphone Les Paul em uma Tagina K1 (signature do Kiko Loureiro). Após a troca, nunca mais a vi.
Bem amigos, apresentei para vocês a minha primeira guitarra e garanto que ela sempre será inesquecível: pela forma como a ganhei, escolhi, customizei e passei a cultivar esse amor que hoje tenho pelo instrumento.
Fiquem à vontade. Falem sobre sua primeira guitarra/baixo/violão aqui também.
Grande abraço,
Humberto.
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